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Planeando para as pessoas – uma actualização do projecto “Transicionês”

Tradução do artigo publicado no website da Transition Network com o título Planning for people – an update from the Transitionese translations project escrito por Deborah Rim Moiso a 26 de Maio de 2016

Por Deborah Rim Moiso: Algures em Abril de 2016, surgiu um artigo em espanhol no blog da Rede Transição, a contar as aventura de Juan Del Rio pelas iniciativas da América do Sul e a promover o seu livro. Hoje, gostaria de vos perguntar: qual foi a sensação de ver tantas palavras estranhas num website tão familiar? Para aqueles que percebem espanhol e para os que não percebem? Para quem, como eu, percebe “assim-assim”? Foi estranho? É algo a celebrar? As imagens fizeram-te sentir em casa? As línguas diferentes criam distâncias ou pontes?

O Juan abriu o artigo com uma das minhas citações favoritas de Machado: “Caminante no hay camino, se hace camino al andar”. O que em português será algo do género: “Viajante: não há caminho. O Caminhos faz-se caminhando”. Eu abriria este artigo com a mesma citação para partilhar a história de como o projecto “Transicionês” está a ganhar forma: passo a passo.

Transicionês foi o nome que demos ao projecto que tem como objectivo expandir as capacidade de tradução do movimento internacional Transição e assim apoiar a sua diversidade linguística. Eu, a Sara e o Pedro arrancámos o projecto e apresentamo-nos com este anúncio em Março de 2016. À medida que o projecto progride da fase do “Sonho” para fase do “Plano”, começamos agora a ver e a reconhecer melhor a paisagem a aparecer no horizonte e a sentir como vai ser o resto do caminho.

Durante os primeiros meses, estivémos a recolher ideias e necessidades dos membros do movimento. As ideias partilhadas ajudaram-nos a destilar o Sonho de expansão da capacidade de tradução da Rede Transição, em funcionalidades concretas a serem desenvolvidas durante as próximas fases do projecto. Usamos a capacidade de comunicação da rede para convidar pessoas a participarem num inquérito online onde colecionamos os sonhos de 8 países (Chile, Alemanha, Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos da América…o que cobre pelo menos nove línguas “transicionêsas”).

Por vezes pode parecer que projectos como este funcionam de trás para a frente. Em lugar de termos “peritos” a chegarem com “soluções”, alguém simplesmente entra num café, senta-se e não faz (aparentemente) nada durante o próximo mês, excepto falar com os habitantes locais. A conversa torna-se num desenho de guardanapo, que se torna num plano, que se torna num navio. Os projectos colaborativos resultam sempre nisto: algo emerge, de forma surpreendente e inesperada. O que acontece quando partilhamos os nossos sonhos?

Entre os resultados esperados do Transcionês para os próximos meses, estará um repositório de conteúdo traduzido, que imaginamos venha a ser um mosaico apelativo e de fácil interacção e navegação pelas várias línguas da Transição.

Foto de Valeria Bortolussi - Italian Transition Fest 2015
Foto de Valeria Bortolussi – Italian Transition Fest 2015

Um das pessoas que respondeu ao inquérito escreveu:” O projecto pode ser uma porta de entrada para aqueles curiosos sobre Transição por isso deve ser bastante aberto e acessível, como uma porta de entrada. Documentos e informação podem ser um grande apoio para que as iniciativas locais não se sintam isoladas”.

As relações e a colaboração humana serão a característica central do registo central; a ferramenta que permitirá aos participantes colaborar na selecção, tradução e publicação do conteúdo multilíngue. As palavras que colhemos deste sonho foram “feedback”, impacto, empatia, colaboração. Fomos constantemente recordados daquilo que alimenta a motivação para colaborar em projectos maioritariamente de base voluntária: cuidar da nossa humanidade no trabalho, um sentimento de enriquecimento e energia em lugar do esgotamento e exaustão. Além disso, a possibilidade de receber feeback e a criação de canais directos através dos quais possam fluir gratidão e apreço pelo trabalho, foram também mencionados.

Uma das coisas que encontramos durante a recolha de informação para o projecto, foi uma vasta quantidade de material já traduzido por membros da rede e por vezes até organizado de forma bonita e acessível. Conhecemos o Marco Matera, um jornalista italiano baseado na região de Reading que criou isto disponibilizando muito material para reflexão e inspirado por muitos outros projectos que reunem pessoas em torno de muitas línguas como a equipa do Global Voices. Conheces mais algum projecto com conteúdo traduzido que aches que deveríamos conhecer? Escreve-nos um email: transitionese@gmail.com

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